AVATAR - Crítica da série completa

Confira a crítica completa da série animada

© Nickelodeon

'Avatar: A Lenda de Aang' foi exibida no canal fechado Nickelodeon entre 2005 e 2008 e obteve ótimos números de audiência e popularidade. Em 2010, foi lançada uma adaptação live-action para o cinema com direção de M. Night Shyamalan (O Sexto Sentido) que não teve o mesmo sucesso. Entre 2012 e 2014, a sequência 'A Lenda de Korra' foi exibida novamente na Nickelodeon. A franquia também possui livros e quadrinhos que expandem a história. Em 2020, a série animada passou a fazer parte do catálogo da Netflix e, além disso, uma série live-action está sendo produzida pelo mesmo serviço de streaming.

Nesta crítica, analisaremos individualmente as 3 temporadas, chamadas pela série de

'Livro 1', Livro 2 e Livro 3. e atribuiremos uma nota para a série como um todo.

1ª temporada: Livro 1 (água)

A primeira temporada começa não impressionando tanto, mas aos poucos vai mostrando a verdadeira cara dessa série: personagens bem escritos e histórias repletas de sabedoria.

Apesar de ser voltado principalmente para o público infantil, o desenho tem o potencial de fornecer ensinamentos para qualquer idade. Isso se deve a um ótimo equilíbrio entre as idades dos personagens explorados durante a temporada.

Outro fator é a sutileza através da qual o universo em que a história se passa é apresentado. Quase sempre as informações são dadas à audiência em situações verossímeis com pouca ou nenhuma exposição, dando fluidez aos episódios e espaço para explorar os personagens e suas relações.

Apesar de alguns episódios mais fracos aqui e ali apenas para completar o número de episódios, esta 1ª temporada é uma jornada enriquecedora com um final poderoso.

2ª temporada: Livro 2 (terra)

No 'segundo livro', novas dinâmicas são formadas e o universo da história ganha forma de fato. Novos personagens entre heróis e vilões acrescentam muito ao enredo, além disso os personagens já conhecidos são muito bem aprofundados.

Toph em particular é uma adição que muda o patamar da série, tornando o grupo de protagonistas perfeito. Novas dinâmicas com os antagonistas, tornam a série mais equilibrada. Zuko e todos os personagens relacionados a ele, especialmente seu tio Iroh, são antagonistas complexos que apresentam uma nova dinâmica a cada episódio.

Nesta temporada, a mitologia e o universo se tornam realmente concretos. É possível sentir a alma de vários locais visitados pelos personagens, o mundo ganha vida e se torna mais crível, inclusive as relações as políticas.

Com um roteiro imprevisível, episódios altamente interligados e muitos personagens complexos esta temporada é praticamente perfeita do início ao fim.

3ª temporada: Livro 3 (fogo)

A última parte de 'Avatar: A Lenda de Aang' conclui muito bem os elementos introduzidos nas duas primeiras temporadas, inclusive vários simples detalhes que fazem muita diferença para o fechamento da história como um todo coeso e consistente. Todos os personagens, até os menos importantes, tem seus arcos concluídos de maneira minimamente satisfatória.

Ademais, essa temporada consegue ser quase tão imprevisível quanto a anterior e ao mesmo tempo aprofundar ainda mais os personagens principais. Todas as jornadas são muito bem estruturadas e tem significado próprio. Os personagens Aang e Zuko são respectivamente o protagonista e o antagonista perfeitos para esta história. Zuko, em particular, poderia ser apontado como um dos vilões mais bem escritos da história da TV. O grupo de heróis continua muito dinâmico, transitando entre a comédia e o drama de maneira muito acertada.

Além de adicionar muito aos personagens, esta parte final aumenta a escala do conflito de maneira surpreendente, sempre tomando caminhos difíceis e inesperados para a história. Com grandes batalhas, vilões ameaçadores e um finale perfeito, a animação é imperdível para fãs de fantasia, artes marciais e de sabedoria oriental. Uma história com com o público alvo nas crianças, mas que definitivamente consegue emocionar adultos.

Avatar: A Lenda de Aang é uma história sobre amadurecimento que ensina lições universais para todas as idades. Um dos seus principais trunfos é mostrar que nem sempre a pouca idade significa ausência de responsabilidade e que, sim, é possível amadurecer precocemente e lidar com situações difíceis sem perder a inocência da infância e a bondade no coração.

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