Liga da Justiça de Zack Snyder

Fruto de campanha de fãs que durou anos, o filme honra o seu nome.

Apresentando toda a assinatura do diretor, o filme, muito pela longa duração, consegue entregar uma história convincente e inspiradora. Com foco no dilema dos personagens, o roteiro bem amarrado prende a atenção de quem assiste durante a totalidade das 4 horas da produção.

As relações entre os personagens, sustentadas por um passado místico comum e pela busca de identidade são o centro do filme e possibilitam que a audiência realmente sinta a sinergia entre suas histórias e tenha empatia para com eles. Nesse sentido, o personagem central da trama, o protagonista dessa história, a cola que une a Liga da Justiça é o personagem Victor Stone/ Ciborgue. Sua história rima com a de todos os outros personagens, além de ser única e inspiradora.

Porém, o filme não é apenas dele, todos os personagens tem desenvolvimento e importância na trama. Cada um com a sua função, suas habilidades e objetivos próprios, acabam sendo convencidos por um líder que também tem a sua própria jornada dentro do roteiro. Suas histórias versam umas com as outras e suas habilidades são complementares.

Para manter isso agrupado de maneira coesa foi necessário um bom roteiro, com poucos defeitos. Apesar de alguns trechos da história terem ficado um pouco apressados, a ótima edição garante um fluxo muito bom. A intercalação entre cenas de ação e cenas de desenvolvimento dos personagens funciona muito bem, sendo que algumas vezes as duas coisas acontecem ao mesmo tempo, de maneira sutil. Provavelmente, este é o filme de 4 horas de duração mais dinâmico já feito.

A trilha sonora de Tom Holkenborg, apesar de um pouco irregular e exagerada em algumas partes, brilha intensamente nos momentos chave do filme e combina perfeitamente com o estilo de direção e edição do longa. O principal problema do filme talvez seja um uso excessivo de computação gráfica. Algumas cenas não mantém a regularidade na qualidade dos efeitos. Entretanto, na maior parte do filme os efeitos visuais funcionam muito bem. Outro pequeno problema são algumas cenas que servem apenas como pontas soltas para possíveis sequências e parecem ter sido feitas através de certo improviso.

O Snyder Cut faz justiça à principal equipe de heróis da DC e genuinamente é um filme de Zack Snyder, com muita ação, vários momentos épicos e um subtexto interessante que deu continuidade ao que começou a ser construído em 2013 com 'Homem de Aço'. O formato e duração únicos encaixam como uma luva numa das história mais épicas da história do gênero.